Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia do Ifes será inaugurado na próxima segunda (3)

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O Campus de Alegre, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), receberá na próxima segunda-feira (3) a solenidade de inauguração do Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia, que passará a funcionar na área do campus. O Centro vai ofertar o curso técnico de Treinamento e Instrução de Cães-Guia. A aula inaugural do curso será realizada durante a solenidade e será ministrada pelo secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira.

A programação terá início às 9h30, com a recepção dos convidados no Auditório do Campus de Alegre. Às 10h será feita a abertura e, em seguida, o secretário proferirá sua palestra. Às 11h30 haverá a entrega de cães aos alunos do novo curso técnico e às famílias socializadoras, que darão apoio no primeiro ano de formação dos cães e dos estudantes. Depois, os participantes do evento se dirigirão ao prédio do Centro de Treinamento para a inauguração oficial.

O curso
O Curso Técnico em Treinamento e Instrução de Cães-Guia será subsequente, ou seja, destinado a quem já concluiu o ensino médio. Serão 20 vagas no Campus de Alegre e a oferta acontece por meio do Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), do Ministério da Educação. O curso do Campus de Alegre será o segundo do Brasil com esta temática a ser mantido pelo governo federal, como parte do programa Viver sem Limite.

O objetivo do curso técnico, que terá duração de dois anos, é formar um profissional com consciência ética e responsabilidade socioambiental, capaz de atuar com competência no treinamento e instrução de cães-guia, proporcionando um aumento no número cães-guia em atividade no País e contribuindo com a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência visual.

Os alunos vão adquirir conhecimentos nas áreas de anatomia, fisiologia, comportamento e bem-estar animal, além de aprender técnicas de criação e manejo desses animais. Eles também serão capacitados para selecionar os cães que serão treinados e acompanhar as famílias e duplas formadas, entre outras competências. Depois da conclusão do curso, poderão atuar em centros de treinamento, em instituições de prestação de serviços às pessoas com deficiência, ou ainda como autônomos.

Família socializadora
As famílias socializadoras são voluntários que darão apoio ao curso técnico, acolhendo em suas casas, durante o período de um ano, cães que serão treinados pelos alunos e, posteriormente, doados a pessoas com cegueira ou baixa visão.

As famílias vão exercer uma função fundamental na primeira etapa do processo de preparação dos animais. Ao longo dos meses, vão atuar para socializar os cães, adaptando os bichos a uma rotina e levando-os a todos os lugares possíveis para que se acostumem a diferentes ambientes, ou seja, tenham convívio social. Para isso, contarão com apoio de veterinário, psicólogo, treinador de cães-guia, aluno do curso, dentre outros, além de alimentação gratuita para o cão.

Depois desse período, os animais deverão ser entregues pelos voluntários para completar seu treinamento junto aos estudantes em formação. Quando os alunos concluírem o curso técnico, os animais serão então entregues a pessoas com deficiência visual, cadastradas numa lista da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). O cadastro foi feito no ano passado. A previsão é de que esse processo todo leve dois anos.

Estarão disponíveis para acolhimento pelos voluntários, neste segundo semestre, 20 cachorros da raça labrador. Outros 20 filhotes serão acolhidos pelos próprios alunos que forem aprovados para o curso. Ou seja, ao final, serão formados 20 profissionais e 40 cães. Os interessados em participar como socializadores devem se inscrever por meio de formulário on-line. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (28) 3552-8131, ramais 219 (Madella) ou 288 (Cláudia).