Campus Vitória debate a situação política do país e repercussão no Ifes
Alunos, professores e técnico-administrativos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) se reuniram na tarde da última quarta-feira (27), no campus Vitória, para discutir a situação institucional perante a conjuntura política atual do país e suas repercussões. O encontro, promovido pela reitoria e pelo colégio de diretores dos campi, buscou ampliar a participação da comunidade na construção de um debate democrático no que diz respeito ao instituto, para além das posições individuais.
Na primeira parte da reunião, o reitor Denio Rebello Arantes fez uma exposição sobre o histórico da instituição, contextualizando o impacto da criação e expansão do Ifes no acesso ao ensino público federal e tecnológico em todo o estado do Espírito Santo, bem como o crescimento de toda a rede federal pelos demais estados e aumento do número de alunos, pesquisadores e servidores envolvidos.
O reitor destacou a necessidade de discussões livres sobre os rumos políticos e econômicos que o país deve tomar diante das dificuldades para a Educação, uma vez que está em curso uma ação para interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Para ele, a ampla participação da sociedade é fundamental, pois as decisões na esfera da administração pública, incluindo as políticas educacionais, afetam a todos. "Não se trata de desespero ou pessimismo, mas de se pensar, agir e construir o futuro, apesar do horizonte não tão azul que se apresenta", afirmou ele.
A partir disso, foi proposto um debate entre os presentes, a fim de apresentar propostas e posicionamentos em relação ao presente e ao futuro da instituição. Fizeram uso da palavra alunos, professores e técnicos, alguns recém ingressantes e outro com décadas de vínculo, como servidores que foram alunos da instituição. Entre os diferentes pontos de vista, os debatedores convergiram na busca do fortalecimento do instituto, para a manutenção das conquistas obtidas não apenas para os atuais alunos e servidores, mas a longo prazo, para promoção do bem comum de toda a sociedade.
Para a aluna Caroline Campos, do terceiro ano do curso técnico integrado em Edificações, a iniciativa do encontro foi muito boa, pois aproxima a comunidade da reitoria, com a exposição de diferentes pontos de vista, indo além do que nos é passado pelos meios de comunicação tradicionais. “Acredito que amplia o nosso horizonte, conhecendo melhor a situação do instituto, e nos incentiva a agir em prol do Ifes também fora daqui”, declarou Caroline.
A reunião faz parte de uma de série de encontros promovidos pela reitoria e diretores do instituto nos últimos dias, já ocorridas nos campi Montanha, Nova Venécia e no Cefor, e previstas para o campus Vila Velha e outros, para discutir o Ifes no contexto político do país.
Manifestos
Segundo o reitor Denio Arantes, já há posicionamento institucional do Ifes acerca da situação política e em defesa da democracia, tanto como signatário do manifesto público do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), quanto na Carta Aberta dos Dirigentes do Ifes. Para o reitor, a assinatura dos dirigentes não inviabiliza a realização de outras manifestações acerca da situação política, pela comunidade, em favor de suas posições políticas. "Como dirigentes da instituição, devemos respeitar todas as opiniões e aglutinar todos aqueles que se proponham a ajudar o Ifes a atravessar as possíveis dificuldades," disse.
Contudo, o reitor deixou claro que não há uma visão inocente sobre o quadro político nacional e seus impactos na instituição. Segundo Arantes, há uma clara ação de defesa da instituição que deve ser discutida e empreendida pela comunidade, diante da possibilidade de ascensão de um projeto que prevê a diminuição do papel do estado na implementação de políticas públicas. "Não são questões simples como o corte linear de recursos, mas discursos bem elaborados que possivelmente impactarão no desenvolvimento da instituição", disse.
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