Neab realiza o 3º Seminário de Estudos Africanos e Afro-brasileiros
Abertura contou com palestra sobre “Educação para as Relações Étnico-raciais e Juventude”.
O Campus Vitória recebeu, nesta quinta-feira (17), o III Seminário de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros do Ifes (Neab). O evento reuniu professores, estudantes, pedagogos e servidores técnico-administrativos do Ifes e de escolas da Grande Vitória, para debater a questão étnico-racial, apresentar as ações que são desenvolvidas a partir desse tema em escolas da Serra e de Vitória, além de ressaltar a importância da formação de docentes.
O evento foi aberto às 14 horas com a composição da mesa de honra, da qual fizeram parte o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação do Ifes, Márcio Có; Danilo Abdala, gerente de Ensino do Campus Vitória; Kefren Calegari, representante da direção-geral do campus; e Luiz Carlos Oliveira, coordenador do Centro de Estudos da Cultura Negra (Cecun). Márcio parabenizou o Neab pela realização do seminário e pelas ações contínuas do núcleo. Ele ainda lembrou da contribuição dos membros do núcleo para a Pesquisa no Instituto.
Danilo deu as boas-vindas aos presentes, destacando a alegria do campus de receber o evento; e Kefren lembrou a criação do Neab, em sua fala, destacando sua importância para a instituição e afirmando que o momento é propício para a reflexão. Já Luiz Carlos falou sobre as origens do Ifes, como Escola de Aprendizes e Artífices, voltada para ensinar os filhos dos menos favorecidos. Ele pontuou que existe um racismo institucionalizado e estrutural no Brasil, e que deve-se monitorar as ações para modificar essa realidade, como a política de cotas. Luiz ainda propôs uma formação geral para servidores das prefeituras sobre as relações étnico-raciais.
A servidora do Ifes Jamilda Bento, da comissão organizadora do seminário, também deu as boas-vindas cantando uma canção angolana, cuja letra exalta a beleza negra. Em seguida ela convidou o palestrante Rafael Nascimento Miranda, o Feijão, que fez a primeira palestra do dia. Feijão abordou o tema “Educação para as Relações Étnico-raciais e Juventude”. No início de sua fala, recitou um poema relembrando grandes nomes da luta pela igualdade.
Ele também tocou no ponto do racismo institucionalizado e como ele afeta a formação dos jovens, lembrando que a escravidão foi abolida há relativamente pouco tempo – após um longo período de violência e opressão contra os negros – e que esse processo aconteceu de forma a excluir o povo negro na sociedade brasileira. A visão eurocêntrica foi apontada como um problema por ele, que destacou que a sociedade se baseia em um “comportamento padrão branco”. Feijão lembrou que não se ensina a história do povo negro, e que o jovem não é incentivado a reconhecer a questão racial como uma vocação, um chamado.
Oficina
A programação do III Seminário de Estudos Africanos e Afro-brasileiros contou ainda com as palestras “Práticas Pedagógicas em Educação para as Relações Étnico-raciais no município da Serra e de Vitória”, de Hiléia Castro (do Ceafro-Serra) e Adriano dos Santos Batista; e “A Importância da Formação de Professores em Educação para as Relações Étnico-raciais”, de Gustavo Henrique Araújo Forde, do Neab.
Além disso, foi realizada uma oficina confecção de turbantes, com a professora Valquíria Santos.
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