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Alunos e professores apresentam produtos e protótipos no TecnoAgro

Publicado: Segunda, 27 de Novembro de 2017, 11h34 | Última atualização em Segunda, 27 de Novembro de 2017, 13h36

Evento foi realizado na Arena Shopping Vitória e contou também com palestras voltadas para o agronegócio e suas tecnologias.

Alunos e professores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) apresentaram protótipos e produtos no estande da instituição no evento TecnoAgro, voltado para produtores rurais e entidades fomentadoras do agronegócio e suas tecnologias no Estado. A programação foi realizada na Arena Shopping Vitória, nos dias 24 e 25 de novembro.

O Ifes contou com um estande de 45m², que teve projetos dos campi de Alegre, Itapina e Montanha. Os estudantes de Itapina, do curso Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio, mostraram protótipos pensados para solucionar alguns problemas do trabalho no campo. João Victor da Silva Arruda e Vinícius Estrelow levaram o Easy Milk, um balde dosador que mede automaticamente a quantidade de leite para bezerros leiteiros. “Esse produto só existe na Alemanha e nos Estados Unidos”, contou João Victor.

Ele e o colega tiveram a ideia para desenvolver o protótipo a partir da observação da rotina no próprio campus. O mecanismo enche o balde, em cerca de 20 segundos, com a quantidade exata de leite a ser dada para o bezerro, evitando desperdícios ou mesmo prejuízo à saúde do animal.

A estudante Iane Rodrigues, do mesmo curso técnico, levou o Thermal, um escamoteador automatizado para manutenção da temperatura adequada para filhotes de leitão. Utilizando sensores, o aparelho liga e desliga as lâmpadas de acordo com a temperatura registrada. “Já estamos pensando também em outras alternativas à lâmpada, para economizar energia, como algum tipo de piso térmico”, comentou.

Um dispositivo que identifica o cio das vacas também foi apresentado no estande, pelo aluno Giesi da Silva Simonetti. O aparelho foi pensado para ser colocado no dorso do animal e acionado pelo contato com outros bovinos (que é um sinal do cio). Com o acionamento, o produtor pode identificar o melhor momento para realizar a inseminação. Giesi conta que, apesar de ainda estar em fase de protótipo, o equipamento já despertou o interesse de produtores do Norte do Estado.

Ele acredita que, no futuro, será comum monitorar cada cabeça de gado com sensores de vários tipos, que forneçam informações precisas sobre a saúde do animal e permitam o controle apurado por parte do produtor. “A população mundial está crescendo. Será necessário esse controle para produzir da melhor forma e suprir as necessidades”, apontou.

Guilherme Pratissoli Pancieri, também do Técnico em Agropecuária, levou para o estande o Irriga Tec, um aparelho que controla a irrigação fazendo um monitoramento da umidade do solo, minimizando o desperdício de água. Ele conta que não imaginava, ao ingressar no curso técnico, que poderia desenvolver esse tipo de projeto tecnológico voltado à agricultura. “Achei que seria um currículo mais restrito, não imaginei que ia abrir tanto. Mas é disso que a agricultura precisa para rodar”, apontou.

O orientador do grupo, Nilson Nunes Morais Júnior, destacou que há uma tendência e uma necessidade de soluções tecnológicas para a agropecuária. “Isso tem que ser incorporado nos currículos dos cursos da área”, afirmou. Ele conta que estimulou os estudantes a olhar para as coisas simples, problemas cotidianos, e pensar nas soluções.

Empresa júnior
A Caparó Jr, empresa júnior do curso de Tecnologia em Cafeicultura, de Alegre, chamou atenção dos presentes no TecnoAgro com a degustação de cafés de produtores que são assistidos pela empresa. Danilo Mendes, que é ex-aluno do curso e hoje atua como técnico de campo da Caparaó, contou que hoje são mais de 1.000 produtores atendidos, em cerca de 50 comunidades em municípios capixabas e mineiros.

Gustavo Lopes, também da empresa júnior, conta que o mercado de cafés especiais é muito amplo e vem crescendo ainda mais, no Brasil e no Exterior. Para ele, os conhecimentos adquiridos no curso, a participação em eventos e atuação na Caparaó Jr. auxiliam no trabalho inclusive na propriedade de sua família, que é produtora de café. “Com o café especial, a gente sai do preço simples de uma commodity e se transforma em um produto com valor agregado”, apontou.

A Agrifes Jr. empresa do curso de Agronomia, do Campus Santa Teresa, também teve um estande no TecnoAgro. A presidente da Agrifes, Kenia Barbosa do Carmo, contou que a feira foi uma oportunidade de divulgar a marca e os serviços oferecidos para o produtor rural, como consultoria, análise de solo, projetos de irrigação, auxílio para obtenção de crédito, entre outros.

Extensão
O Campus Montanha mostrou no estande do Ifes o Irrigâmetro, um aparelho capaz de avaliar a quantidade de água necessária para a irrigação de culturas, a partir de dados sobre a transpiração das plantas. O professor Waylson Zancanella Quartezani explicou que cinco equipamentos foram implantados em propriedades rurais de Montanha, em 2015. A partir disso, os produtores passaram a se basear no aparelho para promover a irrigação de suas lavouras, com acompanhamento de dados pelo Ifes.

“Levantamos informações sobre o comportamento climático da região. Foi uma proposta também de transferir tecnologia e disseminar a informação”, contou Waylson, que explicou que essa tecnologia foi desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa como uma forma simples, prática e eficiente no manejo hídrico das culturas.

Palestras
O Ifes participou do TecnoAgro também com palestras. O professor Aldemar Polonini Moreli, do Campus Venda Nova do Imigrante, ministrou a palestra “Pós-colheita de café: experiências de sucesso para cafés de qualidade superior”, na sexta-feira (24). Em sua fala, destacou o papel crucial dos procedimentos feitos depois que o fruto é colhido para que o café não perca o valor. “É preciso gerenciar a produção, e a produção de café com qualidade exige tecnologia”, enfatizou.

Ele também apontou o alto valor de mercado que os bons cafés podem ter. “O café não é mais uma bebida que tomamos de qualquer jeito. As pessoas não se importam de pagar caro para tomar um bom café. Cada vez mais o produtor está se qualificando para saber o que está produzindo. Cada produtor coloca a sua identidade, e é isto que os compradores procuram: a individualidade, a identidade que agrega valor.”

No sábado (25), o diretor-geral do Campus Montanha, André Sampaio, falou sobre o tema “Indicação geográfica de produtos tradicionais: um caso da carne de sol”. Ele palestrou junto ao consultor do Sebrae para Indicações Geográficas, Anselmo Buss Junior. Eles apresentaram o papel da indicação geográfica para agregar valor a produtos tradicionais de um determinado território, com destaque para a carne de sol produzida na região do Vale de Itaúnas.

Ainda no sábado, o professor Nilson Nunes Morais Júnior, do Campus Itapina, palestrou sobre “Inovações tecnológicas na pecuária leiteira”. Ele apresentou as tecnologias utilizadas em outros países e como essas inovações influenciaram o aumento da produção de leite e até mesmo para reduzir o impacto ambiental da pecuária leiteira.

O TecnoAgro foi uma realização de A Gazeta, com o apoio do Ifes; do Centro do Comércio de Café de Vitória; do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Selita, Frisa, entre outros.

Veja fotos do evento.

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