Nepgens realiza oficina de formação sobre gênero e sexualidades para servidores do Ifes
Atividade aconteceu no Campus Cariacica, no dia 27 de abril.
O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidades (Nepgens) do Ifes promoveu uma oficina de formação com o tema “Diálogos sobre gênero e Sexualidades – Conceitos e Práticas no Cotidiano Escolar”. A oficina foi realizada no auditório do Campus Cariacica, no dia 27 de abril, e contou com a participação de servidores de vários campi, além de convidados externos ao Ifes.
A mesa de abertura foi composta pela pró-reitora de Ensino, Adriana Pionttkovsky Barcellos; pela diretora-geral do Campus Cariacica, Jocélia Abreu Vargas; e pela diretora-geral do Campus Venda Nova, Maciel Mattos de Oliveira. O presidente do Fórum dos Nepgens do Ifes, Emmanuel Victor Hugo Moraes, foi o mediador das atividades do dia.
Em sua fala na abertura, a pró-reitora Adriana destacou que as ações do Ifes em relação às pautas de inclusão e diversidade estão caminhando respaldadas pela legalidade e pelo respeito às pessoas. “Estamos fazendo o que está nas nossas normativas e o que está no cerne da educação”, destacou. “Estamos falando de vidas, de dignidade humana. A escola é lugar de acolhida. Precisamos seguir nesse caminho para que nossos estudantes possam existir.”
A primeira palestra do dia foi da servidora Ana Paula Brasil, do Nepgens do Campus Vitória, que apresentou conceitos básicos sobre gênero e sexualidades. Ela compartilhou a mesa com o professor Alexsandro Rodrigues, da Ufes, que explorou o histórico da pauta de gênero e sexualidade em sua relação com o ambiente escolar.
O professor explicou sobre o papel histórico da escola no estabelecimento de padronizações, inclusive em relação a essa questão. Para ele, é necessário agora que a escola parta de uma perspectiva de permanente reconstrução, de forma que possa abraçar a dinâmica da vida. “Quando tratamos de gênero e sexualidade nas escolas, estamos falando de assumir, desde a infância, o educar como um ato político. A favor de qual mundo e contra qual mundo nós estamos educando?”, assinalou.
Ainda pela manhã, foi realizada a mesa “Feminismos, igualdade de gênero e assédio moral/sexual” com a participação da servidora Andrea Maria de Quadros e da corregedora do Ifes, Layla Gonçalves Hatab Gama. Andrea compartilhou um relato pessoal de experiências de assédio e abuso e falou sobre a necessidade do empoderamento feminino como ferramenta de combate à violência. Já Layla abordou as questões legais envolvendo o assédio moral e sexual no ambiente institucional.
Mães pela diversidade
Na parte da tarde, foi realizada a mesa “Identificação, acolhimento e acompanhamento de pessoas e demandas LGBTs”. Participaram Mônica Alves de Faria e Daisy Cristina Olerich Cecatto, da organização Mães pela Diversidade; o gerente de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Renan Cadais; o presidente do Conselho Estadual LGBT+ do Espírito Santo, João Lucas Côrtes; e a coordenadora de Diversidade da Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres, Barbarah Brasil.
Daisy fez uma apresentação desmistificando questões acerca do uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero. Barbarah, em sua fala, falou do medo com o qual as pessoas trans convivem cotidianamente. Ela é a primeira mulher trans a comandar o setor de Diversidade da secretaria em que está lotada. “A pessoa trans frequenta o lugar onde é acolhida, onde se sente protegida”, apontou. Ela ainda destacou os dados que apontam que o Brasil é o país que mais mata trans e travestis no mundo; e onde a expectativa de vida dessa população é de 35 anos de idade.
A última mesa do dia teve a participação do procurador federal Estevão Santiago Pizol da Silva, que atua junto ao Ifes; e da servidora Viviana Corrêa de Paula, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania da Ufes. Ela relatou como se deu o processo que culminou, na Ufes, na normatização pelo uso do banheiro conforme a identidade de gênero da pessoa. Em seguida, o procurador explicou como o processo ocorreu no Ifes e detalhou as bases legais que sustentam a ação.
A oficina foi encerrada com uma roda de conversa entre os participantes e palestrantes.
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