Conexões Ifes reúne líderes e gestores para debater o futuro da instituição
Abertura do evento contou com palestra da filósofa e psicanalista Viviane Mosé.
Com o objetivo de discutir perspectivas de futuro para o Ifes, mais de 500 servidores, entre líderes e gestores de diversas áreas da instituição participam do Conexões Ifes: diálogos para o futuro. O evento começou nesta quarta-feira (31) e acontece até sexta-feira (2), no Sesc Guarapari.
As presidentes da comissão organizadora Érica Signorelli Ferreira e Pietra Borchardt deram início à solenidade de abertura dando as boas-vindas aos participantes. Em sua fala, Érica destacou que todo o trabalho foi norteado por uma questão: afinal, o que conecta as pessoas na instituição? A partir desse questionamento , foi elaborado um vídeo sobre as pessoas que fazem parte do Ifes, com depoimentos de estudantes, ex-alunos, servidores e aposentados. O material, exibido durante o evento, marca o início das comemorações dos 15 anos do Instituto. Confira o vídeo Ifes 15 anos.
Após a exibição do vídeo, foi a vez dos corais ReEncanto (Reitoria) e Cameria (Campus Vitória) se apresentarem juntos. Em seguida, o diretor-geral do Campus Nova Venécia vice-presidente do Fórum de Diretores-Gerais, Anderson Rozeno Bozzetti Batista, falou sobre a expectativa quanto ao evento. "Esse é o momento de realização de um sonho desde 2019 e é um espaço para promover integração e troca de experiências para que a instituição continue avançando", afirmou. Ele relembrou ainda sua própria trajetória no Ifes como aluno e servidor e destacou que "o que vemos hoje na instituição é fruto do desejo e do trabalho de realizar sonhos".
O reitor do Ifes, Jadir Pela, fez um retrospecto sobre a concepção do Conexões, ressaltando que a ideia central do evento é discutir uma agenda do futuro. "Mas não é imaginar um futuro distante, mas como as coisas podem estar daqui a 2 ou 3 anos", explicou. "Temos as novas tecnologias, que terão impacto nas nossas atividades. Também já trabalhamos com inovação, que é um dos caminhos para que a gente se conecte com o mundo", complementou.
"Essa é uma instituição que conecta pessoas e que se mantém viva por muitas décadas", enfatizou o reitor. "Todos aqui podem e devem se orgulhar do trabalho que realizam pois não seríamos a instituição que somos se não fosse o trabalho de cada um de vocês", finalizou Jadir.
Após as falas, a programação continuou com a palestra "Diálogos para o futuro", com a filósofa, poeta, psicanalista e especialista em políticas públicas Viviane Mosé. Confira os principais pontos da palestra:
Viviane Mosé retomou o conceito de que o Universo está em expansão e, segundo ela, a espécie humana também passa por esse processo de transformação e expansão. No entanto, o que vemos hoje é um momento de esgarçamento, com ódio, conflitos e mesquinharias.
Ela alertou sobre o aumento do índice de tentativas de suicídio entre crianças e adolescentes (desde 2007, o número subiu 40%, de acordo com as estatísticas oficiais). Ela explicou que estamos em um momento de transição no mundo, enquanto civilização, e que isso se soma às várias crises contemporâneas, como a crise ambiental e a crise da desigualdade social. Para ela, no entanto, a maior crise é a humana, já que as pessoas vivem a angústia de tentar se adaptar.
A palestrante destacou que, apesar de toda a dificuldade, há vantagem na passagem para um modelo mais horizontal de vivência e convivência, já que um modelo em que existe uma única “verdade” não comporta a diversidade. “Nós temos dois edifícios um ao lado do outro: um está em ruínas e outro está em construção”, exemplificou, falando que temos dificuldade de diferenciar os dois, porém, é um momento em que podemos reconstruir a civilização. “As crises têm que nos estimular a transformar o mundo”, falou.
Para isso, na visão da palestrante, é preciso retornar a um projeto de civilização que valorize a vida. Apesar das crises, deve-se resgatar a diversão e o valor de estar vivo. “Se tenho direito à vida, vou lutar por ela. Vou construir uma trajetória com grandeza e alegria”. Ela ainda apontou que este é o caminho para a instituição de educação: motivar o estudante, respeitá-lo e valorizá-lo.
Isso, segundo Viviane Mosé, é ir na contramão de um projeto de felicidade enganoso, que prega uma vida aparentemente perfeita baseada na acumulação de dinheiro e bens, porém nega a realidade. “A vida é cheia de dificuldades. Precisamos amadurecer enquanto humanidade.”
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