IV Encontro de Cafeicultores é realizado pelo Campus de Alegre
O evento aconteceu no município de Dores do Rio Preto e contou com a participação de cerca de 400 produtores.
Uma ampla discussão sobre os benefícios e a importância da indicação geográfica para a cafeicultura na região do Caparaó Capixaba e Mineiro foi realizada no IV Encontro de Cafeicultores do Campus de Alegre do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). O evento foi realizado no último dia 15, em Pedra Menina, no município de Dores do Rio Preto, e reuniu produtores, autoridades, estudantes, pesquisadores e docentes. Eles participaram de palestras e discussões sobre a construção de ferramentas voltadas à sustentabilidade da cafeicultura na região.
O encontro foi realizado pela Caparaó Jr., empresa júnior do curso de Tecnologia em Cafeicultura, em parceria com a Samarco Mineração, CNPq, ICMBio, Instituto Federal Sul de Minas – Campus Muzambinho, Sebrae, Incaper, Emater Minas, diversas prefeituras municipais, incluindo a de Dores do Rio Preto, e várias associações de produtores e cooperativas.
Em sua quarta edição, o evento recebeu representantes de 35 comunidades do Espírito Santo e Minas Gerais, que puderam trocar experiências, conversar e perceber a importância da criação de uma identidade para o Café do Caparaó. Para o professor João Batista Pavesi, orientador da Caparaó Jr., o evento pode ser considerado um sucesso. “Todas as nossas expectativas foram superadas. Tivemos a presença de 400 produtores e, no total, mais de 450 pessoas participaram”, destaca.
Além das palestras, aconteceu paralelamente na tenda principal uma oficina sobre a “Qualidade do Café”, ministrada pela produtora Cecília Nakao, que é proprietária de uma cafeteria em Pedra Menina. Cerca de 50 produtores, em três turmas, puderam conferir de perto os aspectos envolvidos na etapa final da experimentação do café: o ato de fazer o café, a influência das várias formas de preparo, o tipo de xícara, o ponto ideal da água, entre outros aspectos que também são importantes para determinar a qualidade final do produto.
Para Cecília o objetivo da oficina foi o de aprender sobre novos modos de se trabalhar com o café. “O objetivo foi mostrar extrações diferentes, métodos diferentes para se preparar o café, como o café pode ficar especial e como ele pode ficar muito mais gostoso na xícara”, completa. Já para Aparecida Thurler, uma das produtoras que participou do evento, foi um rico aprendizado. “Como produtores, queremos aprender mais para melhorar a qualidade do café que a gente produz, para elevar o preço”, comenta.
Finalizando o encontro, o professor e especialista em qualificação do café, José Marcos Angélico de Mendonça do IF Sul de Minas, apresentou os trabalhos do projeto Grãos do Caparaó. O projeto é coordenado pelo professor João Batista Pavesi, e analisa os cafés da região, de forma física e sensorial. O “Grãos do Caparó” visa elevar a capacidade do produtor em produzir cafés de qualidade e de investigar as variáveis que influenciam nessa qualidade.
De acordo com José Marcos, as primeiras amostras analisadas já dão uma ideia muito animadora desta qualidade. “Já analisamos cerca de 50 amostras, e alguns cafés alcançaram alta pontuação em termos de qualidade. É um café muito bom e com muito potencial”, destaca. O projeto Grãos do Caparaó é fruto da parceria entre o Ifes, a Caparaó Jr., Samarco, e CNPq; e deve analisar, até o final do próximo ano, 110 amostras de cafés da região.
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