Campus Itapina implanta projeto de reúso de água nos laboratórios
O objetivo é evitar o desperdício, a partir da reutilização da água que sai do aparelho destilador e retorna para ser utilizada nas atividades laboratoriais.
O Laboratório de Solos e Plantas do Campus Itapina implantou, no dia 29 de abril, um sistema de reúso de água, como uma alternativa para enfrentar a crise hídrica instalada na região. A iniciativa, conhecida como “Reúso de efluente de aparelho destilador de água”, tem o objetivo de evitar o desperdício nos laboratórios do Campus, a partir da reutilização da água que sai do aparelho destilador – responsável pelo aquecimento e purificação de água potável.
A água destilada é usada nas atividades laboratoriais por ser a forma mais pura desse recurso, contendo apenas moléculas de água. Para se obter um litro, é necessário que 40 litros sejam processados pelo destilador. Com o novo sistema implantado, a água que sai do aparelho passa por um processo de esfriamento e é bombeada novamente para o destilador, de forma automática.
O projeto foi coordenado pelo servidor Petterson Gonçalves Teixeira, com a colaboração dos alunos do 10º período do curso de Agronomia, da professora Patrícia Soares Furno Fontes e do aluno Mathis Stinghel, estagiário do laboratório. Atualmente, o Laboratório de Solos e Plantas atende também, com água destilada, setores como: laboratórios de Controle de Qualidade, Química, Biologia, Entomologia e as unidades de Enfermaria e Consultório Odontológico
Segundo Petterson, a ideia nasceu a partir do momento que ele percebeu a necessidade de preservar as riquezas naturais, em meio à crise hídrica e à catástrofe da lama no rio. “Este projeto foi uma ideia que tive há uns dois anos, mas só vendo essa escassez de água que estamos vivenciando é que resolvi colocá-lo em prática, pois sei da necessidade de água destilada que os laboratórios têm para suas atividades e qual é o desperdício de água potável desses destiladores”, comenta.
A iniciativa já está em funcionamento e o desperdício foi reduzido a 0%, o que representa uma economia de 192 mil litros de água anuais, tendo em vista que, por semana são utilizados 100 litros de água destilada, isto é, 4.000 litros de água potável. A alta demanda se dá pelo fato de as análises de fertilidade de solos para pesquisas, projetos e ensino serem constantes nas atividades laboratoriais.
O processo de reúso da água consiste na saída do líquido do destilador a uma temperatura entre 55ºC a 60ºC, e no armazenamento da água em cinco barris. O primeiro barril recebe a água quente do destilador e somente quando ele estiver cheio é que começa a encher o segundo reservatório, e assim sucessivamente, até chegar ao último barril.
Este sistema tem como finalidade deixar que a água mais fria fique na parte de baixo do recipiente, fazendo com que os próximos reservatórios sempre recebam o líquido nesse mesmo estado. No último barril está fixada uma bomba – igual às utilizadas nas máquinas de lavar roupa – na parte inferior, que fica responsável pelo retorno da água fria para o destilador, reutilizando e fazendo com que o ciclo desse processo esteja sempre funcionando e sanando o desperdício.
Para Petterson, esse projeto é um ganho para o campus e principalmente para o Ifes. “Trata-se de um processo simples e de baixo custo, que gira em torno de R$ 1.000, e que pode contribuir para a economia desse recurso. Além disso, outros campi do Ifes também podem adotar esse sistema”, aponta.
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