Desafios para institucionalizar a EAD são tema da abertura do Concefor
Mesa-redonda sobre o assunto teve participação de representantes do IFRO, UnB e Ufes, nesta sexta-feira (12).
Foi realizada nesta sexta-feira (12) a abertura do III Congresso Regional de Formação e Educação a Distância (Concefor), evento realizado pelo Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor), do Ifes. A programação, que se estende até o sábado (13), inclui palestras, mesas-redondas, grupos de trabalho, fóruns e comunicações científicas. O tema geral do evento é “Metodologias inovadoras em educação para o século XXI”.
Os participantes foram recepcionados na nova sede do Cefor na manhã desta sexta (12) com uma apresentação cultural realizada pelos próprios servidores do local, que tocaram canções populares com violão, guitarra, ukulele e saxofone. Em seguida, foi composta a mesa de honra, com a presença da pró-reitora de Ensino do Ifes, Araceli Ribeiro; da diretora do Cefor, Vanessa Battestin; e da coordenadora de Extensão do Cefor, Maria Alice Veiga Ferreira de Souza.
Maria Alice deu as boas-vindas aos presentes lendo um texto poético que escreveu sobre a realização do Concefor, fazendo um paralelo com uma viagem de trem e desejando a todos que desfrutassem da oportunidade para trocar experiências. A diretora do Cefor, Vanessa, destacou que o evento é uma chance de discutir de forma integrada tanto a formação quanto a EAD, temas que muitas vezes são debatidos separadamente.
“O nosso objetivo não é só que os participantes fiquem escutando. A ideia é ouvir de vocês também. A formação em educação a distância está se constituindo ao longo do tempo e nós temos que passar por esse processo de reflexão e de construção crítica”, apontou Vanessa. A pró-reitora Araceli reforçou a necessidade colaboração e reflexão neste momento. “Este tema está em voga e nós não podemos ser expectadores.”
Em seguida, foi iniciada a mesa-redonda com o tema “Institucionalização da EAD”. Os debatedores convidados foram Maria José Campos Rodrigues, secretária de Educação a Distância da Ufes; Miguel Fabricio Zamberlan, diretor-geral do Campus Porto Velho, do Instituto Federal de Rondônia; e Nara Pimentel, diretora de Graduação a Distância da UnB e presidente do Fórum Nacional de Coordenadores da Universidade Aberta do Brasil.
Vanessa Battestin fez a mediação e contextualizou os presentes quanto à urgência do tema, frente à redução dos recursos de programas que fomentam a EAD nas instituições. Nara Pimentel foi a primeira a falar, e também ressaltou que este é um momento muito particular, em que as instituições estão tentando descobrir um “plano B” com o fim do fomento. “Infelizmente, a EAD é política de governo, e não de Estado”, comentou. Ela lembrou que um dos desafios é manter a qualidade diante da redução de recursos e fez a apresentação de indicadores de qualidade utilizados em outros países.
Nara foi enfática ao apontar que a EAD precisa ainda ser incorporada organicamente na estrutura das universidades e no orçamento da União, já que o Estado tem papel fundamental como fomentador. “A EAD não é 'outra educação', não é paralela ao processo”, afirmou.
Essa visão foi reforçada por Miguel Zamberlan, que afirmou que o primeiro obstáculo a ser superado para a institucionalização da EAD é uma segregação dentro das próprias instituições. “Não é por ser outra modalidade que se pode tratar como algo separado”, falou, lembrando que todos os cursos, de todas as modalidades, podem se beneficiar de tecnologias. “Se há tecnologia para utilizar na educação, que seja em todo processo de ensino-aprendizagem.”
Maria José Rodrigues lembrou que, diante do histórico das instituições de ensino superior, a EAD ainda é muito jovem, mas deve-se ficar atento e questionar, primeiramente, o lugar que ela ocupa na estrutura organizacional e ainda na legislação. “Existem leis e decretos, mas não se fala em financiamento”, ressaltou. Após as falas, a mesa recebeu as perguntas e contribuições da plateia.
O Concefor continua neste sábado (11), com o Fórum de Dirigentes EAD, grupos de trabalho e a palestra do professor José Moran, um dos fundadores da Escola do Futuro e professor de Novas Tecnologias na USP. Ele gerencia pesquisas e projetos de inovação, com metodologias ativas e tecnologias digitais, e vai falar do tema “Metodologias Inovadoras em Educação, hoje”.
Veja as fotos da abertura do III Concefor:
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