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Pesquisa de professor do Campus Vila Velha desenvolve método mais barato para detectar agrotóxico em vegetais

Publicado: Segunda, 05 de Setembro de 2016, 15h39 | Última atualização em Segunda, 05 de Setembro de 2016, 15h39

Análise pode ser feita diretamente em folhas, por exemplo, e resultado sai em três segundos.

Uma pesquisa desenvolvida pelo professor Wanderson Romão, do Campus Vila Velha, em parceria com o grupo do professor Boniek Vaz, da Universidade Federal de Goiás (UFG), vem desenvolvendo um método mais barato, rápido e eficaz para detectar e quantificar a presença de agrotóxicos em amostras vegetais tais como rúcula, manjericão, repolho, alface, couve, entre outros. O trabalho foi capa da revista internacional Analytical Methods, e se propõe a fazer a análise também de forma mais ecológica.

Wanderson explicou que a análise para detecção de agrotóxicos é normalmente feita com um equipamento chamado HPLC-MS/MS, que é constituído por cromatógrafo líquido acoplado a um espectrômetro de massas. O que os pesquisadores fizeram foi substituir o sistema de separação e ionização (HPLC e ESI), e colocar uma nova fonte de ionização, desenvolvida pelo próprio laboratório. Agora, a própria amostra, ou seja, a folha, se comporta como amostra a ser analisada e fonte de ionização, simultaneamente. A fonte desenvolvida tem tecnologia 100 % brasileira.

“Normalmente, o custo de uma fonte comercial como essa possui um valor em torno de US$ 80 mil a 90 mil. A fonte de 'Leaf Spray Ionization', que nós desenvolvemos, teve um custo total de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, estimou o pesquisador. O custo por análise também é reduzido. “A quantidade de solvente usada é desprezível e nenhum gás ou temperatura durante a ionização são necessários. Isso é bem diferente de um sistema de HPLC-MS. Além disso, a análise é feita diretamente na matéria-prima, ou seja, sobre a superfície da folha. É um método mais verde”, explicou.

Além de detectar o agrotóxico, o método consegue quantificar as substâncias em partes por bilhão. Wanderson conta que o tempo para a análise também foi reduzido, em relação ao tradicional (HPLC-MS), de cerca de 10 a 15 minutos para três segundos. Agora, o professor explica que o próximo passo é se juntar a outros pesquisadores que também desenvolvem trabalhos nessa área (como o professor Rodrigo Scherer, da UVV) para continuar aperfeiçoando as descobertas até que seja possível aplicá-las no dia a dia.

Acesse o trabalho “Rapid screening of agrochemicals by paper spray ionization and leaf spray mass spectrometry: which technique is more appropriate?”, publicado na revista Analytical Methods.

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