Aluno do Ifes integra corpo internacional de jurados no Cup of Excellence
Etapa internacional do concurso é realizada nesta semana, no Campus Venda Nova do Imigrante.
Um aluno do Campus Venda Nova do Imigrante, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), terá uma missão especial ao longo dos próximos dias. Ele foi selecionado para integrar o corpo internacional de jurados do Cup of Excellence 2017, a principal competição do mundo no segmento de cafés especiais. O evento será sediado pelo campus entre esta segunda-feira (16) e o próximo domingo (22). A realização é da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Dério Brioschi Jr. tem 21 anos e está no 6º período do Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Ele conta que, há três meses, ele e os colegas Luiz Henrique Bozzi Pimenta de Souza e João Paulo Pereira Marcate estiveram em Varginha, sede da BSCA, para participar como jurados da primeira fase do concurso, que selecionou as amostras de café arábica que agora disputarão na etapa internacional do Cup of Excellence, em Venda Nova.
“Do grupo de 16 juízes que fez a análise do cereja descascado, dois foram selecionados para a fase internacional”, contou. Além de Dério, um juiz do estado de São Paulo foi escolhido. Segundo o aluno, a seleção é feita por meio de estatísticas que apontam a consistência das avaliações, tanto em relação ao grupo de jurados quanto às do próprio avaliador. “A nota mais certa possível para avaliar um café é a média do grupo. Então eles avaliam o seu desempenho em relação ao grupo, e são escolhidos os mais 'calibrados'”, detalhou. Os cafés recebem notas de acordo com vários atributos, como limpeza, sabor, retrogosto, acidez, corpo, doçura e nota final.
O professor Lucas Louzada, do Campus Venda Nova, destaca o ineditismo da presença de um aluno entre o júri internacional. “Esse é um grupo de pessoas muito renomadas. São profissionais das maiores empresas de café do mundo. Ter alunos entre eles é um fato curioso, do ponto de vista do mercado, pois teoricamente o aluno não está 'pronto'”, comentou.
Projeto sobre qualidade do café
Dério, Luiz Henrique e João Paulo fazem parte do projeto “Avaliação dos fatores determinantes da qualidade do café arábica na Região Serrana do Espírito Santo”, coordenado por Lucas. “Tudo isso começou há três anos. A gente precisava capacitar os alunos para fazer a análise sensorial, e essa é uma mão-de-obra especializada, que não se forma todo dia”, ressaltou o professor.
A partir daí, os bolsistas foram ganhando oportunidades e depois caminhando com as próprias pernas. “Representando o laboratório de cafés do campus, eles já vêm participando de competições como jurados”, contou o professor. Dério, Luiz Henrique, João Paulo e o aluno Michael Tedesco são bolsistas do projeto que já têm a certificação internacional de Q-Grader, dada a profissionais de classificação e degustação de cafés pelo Instituto de Qualidade do Café (CQI, na sigla em inglês), após uma série de testes.
Além desses quatro estudantes, também fazem parte dos projetos do laboratório de cafés os alunos Alane Carvalho, Marina Castro, Gustavo Falcheto e Suelen Machado. Para Lucas Louzada, a expectativa é que todos eles, e outros mais, possam sair da escola com conhecimento para trabalhar no mercado formal, conseguir boas colocações, se emancipar e também transferir um pouco do que aprenderam para a comunidade (vários dos estudantes vêm de famílias produtoras de café).
“Vemos já de retorno desse trabalho o encorajamento para que outros jovens busquem e tenham as mesmas oportunidades. A partir do momento que isso se torna conhecido na cidade, outras pessoas acreditam que é possível. Isso vai abrindo portas e também fortalecendo a instituição”, apontou.
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