Parceria entre Campus Serra e Ufes cria teste de baixo custo para detecção da Covid-19
O exame utiliza um banco de dados online criado por um estudante do Ifes.
Pesquisadores do Campus Serra, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em parceria com o Laboratório de Morfologia da Ufes trabalham na criação de um teste simples, confiável, rápido e de baixo custo para a detecção da Covid-19 em pessoas infectadas. Além de poder ser aplicado imediatamente durante esta pandemia, o sistema proposto poderá ser útil em uma eventual reemergência no caso de novos mutantes virais, uma vez que o nanosensor proposto é bastante versátil, bastando alterar o ligante de reconhecimento viral.
Os pesquisadores do projeto são o professor Jairo Pinto de Oliveira, da Ufes; os professores Adilson Ribeiro Prado e Daniel Cruz Cavalieri, do Grupo de Pesquisa de Aprendizado de Máquinas e Automação (Gama) do Ifes – Campus Serra; e o estudante Andrew Neto Simões, também do Campus Serra. O trabalho ainda está em andamento e o método já foi parcialmente desenvolvido para outro analito pelo mesmo grupo de pesquisadores, com destaque em uma das revistas científicas mais renomadas do grupo Nature.
Os pesquisadores buscam desenvolver nanosensores capazes de interagir com os anticorpos gerados pelos pacientes com Covid-19. A leitura das informações será realizada via espalhamento Raman. Como se trata de um efeito não linear capaz de amplificar em alguns milhões de vezes o padrão espectral dos anticorpos, torna-se possível realizar a detecção em um meio contendo baixa concentração e com alta especificidade. O padrão espectral será supervisionado por uma ferramenta on-line (Lab Analytics) que foi desenvolvida para auxiliar o operador na tomada de decisão sobre a presença ou não do anticorpo que sinaliza a contaminação no paciente.
Trata-se de um teste sorológico que detecta os anticorpos IGG e IGM. Nos testes convencionais a detecção é a olho nu, como os de gravidez. No caso da Covid-19, o que mudam são as moléculas de reconhecimento. O grupo trabalha para simplificar o modelo tornando-o mais sensível, uma vez que o modelo estudado vai demandar menos anticorpos. O projeto é pautado no espalhamento Raman, que dá um tempo de resposta rápido, estimado entre três a quatro minutos. O material é coletado do paciente e depositado num substrato de vidro, em temperatura ambiente, levado ao espectrômetro. Isso torna o método, a um só tempo, mais sensível e mais barato.
Uma vez desenvolvido o novo modelo, será necessário encontrar parceiros comerciais para viabilizar a produção e comercialização do teste em larga escala, mas ainda não há previsão para a chegada do teste ao mercado.
Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), o projeto tem um prazo de execução de 12 meses e recebeu um aporte de R$ 117 mil. A proposta conta ainda com o apoio da empresa Vale e do pesquisador Marcelo Segatto, do Departamento de Engenharia Elétrica da Ufes.
Confira abaixo os vídeos com informações do projeto:
Proposta de projeto de pesquisa Covid-19
Apresentação dos Projetos de Pesquisa Científica e de Inovação para apoio ao combate do Coronavírus
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Eventos do Campus Serra
Redes Sociais