Palestrantes exploram as perspectivas para inovação e internacionalização do Ifes e Rede Federal
Reitor do IFF e pesquisadora de neurociência participaram de painel no segundo dia de Conexões Ifes.
O segundo dia de Conexões Ifes foi encerrado com o painel “Inovação, internacionalização e o futuro do Ifes”. Participaram da conversa o pró-reitor de Extensão do Ifes, Lodovico Ortlieb Faria; o reitor do Instituto Federal Fluminense, Jefferson Manhães de Azevedo; e a professora Solange Mata Machado, que é pós-doutora em aplicação da neurociência em inovação, pela UFMG.
Jefferson de Azevedo é membro da Câmara de Internacionalização do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal (Conif). Ele apresentou um histórico das ações de internacionalização da Rede, abordando marcos e os principais parceiros. “O Ciência sem Fronteiras foi um marco. Mandamos mais de 100 mil estudantes para o exterior. A ida dos nossos estudantes abriu a perspectiva de conhecimento do nosso sistema de educação e da sua qualidade. Foi um cartão de visita para o mundo”, citou.
Ele exemplificou que, a partir disso, a Rede Federal passou a ser buscada para parcerias mais pautadas em diálogo e contribuições, e não apenas como potencial cliente de produtos educacionais. Jefferson citou que, entre os principais parceiros estão Canadá, Portugal e França. Além disso, o Conif vem ampliando sua atuação junto à WFCP - federação internacional de escolas politécnicas.
Para ele, o caminho de amadurecimento das relações internacionais é por meio dos hubs de inovação. “Nesses espaços, vamos conversar com outros países de forma mais horizontal, dar a nossa contribuição e desenvolver ações conjuntas nas áreas em que nós temos excelência”, apontou.
Neurociência e educação
A professora Solange Machado falou sobre sua trajetória como diretora de grandes empresas e de sua migração para o ambiente acadêmico, para estudar a inovação. Ela se sentiu instigada por questionamentos relacionados à baixa performance em inovação dentro do mundo corporativo.
Solange relatou uma pesquisa realizada com grupo de executivos da área de inovação em que um questionário foi aplicado e mais de 89% dos participantes obteve um resultado mediano em criatividade. A pontuação atingida, em uma escala que ia até 200, ficou entre 74 e 82 pontos.
Ela falou que a ciência mostra que existe um cerceamento cognitivo à medida em que se cresce: aos 3 anos de idade, as crianças acessam 98% de seu potencial criativo; aos 25 anos, o acesso cai para 2%. Para ela, isso tem que ser pensado e repensado pela área de educação. “As pesquisas da neurociência estão avançando e trazendo respostas, todas elas contundentes. Inovação é aprender a correr mais devagar. Não é acelerar, não é tecnologia: é usar uma capacidade cognitiva que todos nós temos para acessar um potencial que nasce conosco e não usamos”, apontou.
Esse potencial, contou a professora, está ligado com químicas cerebrais. “Nós somos feitos de partículas vibrando o tempo todinho e produzindo respostas neuroquímicas. Para a gente aprender e ativar esse potencial é preciso fundamentalmente ativar o sistema”.
Trabalhar com esses conceitos, na sua opinião, seria uma grande revolução na formação dos estudantes, já que um currículo puramente acadêmico e recheado de títulos tem sido menos valorizado pelas empresas. “A empresas precisam e querem jovens solucionadores de problemas, adaptativos, criativos e empáticos. Isso vai se tornar cada vez mais importante, e todas essas são qualidades cognitivas relacionadas ao ser humano.”
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