Acordos de cooperação internacional possibilitam oportunidades a estudantes do Ifes

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O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) oferece diversas oportunidades aos estudantes, com ações e projetos voltados para pesquisa, extensão, empreendedorismo, inovação e internacionalização. E, por meio da Assessoria de Relações Internacionais (Arinter), o Ifes possui acordos de cooperação com diferentes instituições, possibilitando que estudantes tenham experiência internacional.

Ao longo de 2023, o Ifes estreitou laços e firmou novos acordos com instituições de Portugal e da Colômbia, além de iniciar as atividades do projeto EMBRACE. O projeto de cooperação em educação superior digital tem como objetivo desenvolver e implementar reformas institucionais, oferecendo um forte contributo para a modernização do ensino superior. Com parceiros de quatro países (Brasil, Colômbia, Finlândia e Portugal), o primeiro encontro presencial foi sediado pelo Ifes, no mês de agosto.

Durante o ano, a instituição ofertou ainda editais para a seleção de alunos de cursos da graduação do Ifes para mobilidade acadêmica no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, e na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Também lançou edital para estudantes concluintes do Ensino Médio no Ifes cursarem uma graduaçao no IPB. "Estes editais visam proporcionar uma experiência internacional para os estudantes, possibilitando assim o contato com outras culturas e a ampliação das possibilidades de formação profissional e humana", destaca Nágila Moraes, assessora de Relações Internacionais do Ifes.

Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Outro acordo vigente é com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Sediada em Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, a instituição foi criada para oferecer ensino superior a estudantes de todo o mundo, em especial os de origem latino-americana. Atualmente, a universidade possui o maior número de matrículas de alunos estrangeiros do Brasil, contando com alunos de graduação oriundos de 35 nacionalidades. Os editais são destinados à mobilidade acadêmica de estudantes de graduação do Ifes.

Laysa Melyssa Miranda Rodrigues, estudante de Engenharia Ambiental do Campus Ibatiba, foi selecionada para a mobilidade acadêmica na UNILA em 2023. "Foi uma das melhores experiências que já tive. Significou um crescimento muito grande para mim, tanto na vida profissional e tanto na vida pessoal", afirma.

"Nossas aulas foram dentro da Itaipu. Estar em Itaipu foi um grande diferencial porque acho que é o sonho de todo estudante de engenharia ambiental conhecer a maior usina hidrelétrica do mundo", conta. As aulas eram realizadas no Parque Tecnológico da Itaipu e os estudantes fizeram passeios na usina, conhecendo todo o funcionamento da hidrelétrica. "Isso agregou demais para a minha formação profissional porque, futuramente, posso trabalhar com hidrelétricas".

Lucas Baleeiro Nascimento Rodrigues, aluno de Arquitetura e Urbanismo do Campus Colatina, também fez mobilidade acadêmica na UNILA em 2023. "Meu período de mobilidade foi enriquecedor. Tive a oportunidade de estudar dentro do parque tecnológico da Itaipu Binacional e conhecer um pouco mais do funcionamento de uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, tive contato com estudantes e estagiários, inclusive da minha área, que estão lá dentro hoje e compartilharam comigo suas experiências", conta.

Ele fez algumas matérias que teria no Ifes, mas a experiência foi diferenciada. "O foco deles é muito na América Latina e na integração, e isso está sempre presente nas atividades desenvolvidas e nas discussões em sala. Quando tinha um trabalho em grupo, por exemplo, tinham pessoas no meu grupo das mais diversas partes da América", explica. Além do contato com estudantes de diversas culturas nas aulas e no alojamento, a própria universidade promove eventos para celebrar a cultura de determinados países. "Por exemplo, no dia da independência do Peru tivemos a comemoração das Fiestas Patrias, organizada pelos próprios alunos peruanos, com comidas típicas e músicas do país", destaca Lucas.

Instituto Politécnico de Bragança (IPB)
A parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, foi iniciada em 2020. O primeiro edital para mobilidade internacional dentro do programa de dupla diplomação entre as duas instituições foi voltado para o Bacharelado em Química Industrial, do Campus Vila Velha.

As estudantes foram selecionadas para cursar disciplinas de Engenharia Química do IPB e concluíram os cursos de Bacharelado em Química Industrial do Ifes, Licenciatura ou o Bacharelado em Engenharia Química e o Mestrado Acadêmico em Engenharia Química da instituição portuguesa. Concluindo seus estudos no exterior, as alunas do Ifes possuem diplomas de ambos os cursos, o que proporciona uma vantagem significativa no mercado de trabalho, uma vez que os diplomas são aceitos no Brasil, na União Europeia (UE) e nos 70 países que possuem acordo com a UE.

Uma das selecionadas para a dupla diplomação no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), foi Lavínia Silva Veríssimo, que estudou Química Industrial no Campus Vila Velha. Inicialmente, ela e as outras selecionadas estudavam a distância, ainda no Brasil, pois as fronteiras estavam fechadas em decorrência da pandemia do Covid. Lavínia foi para Portugal em junho de 2021 e concluiu o mestrado no IPB neste mês de dezembro. Um dos desafios, segundo ela, foram as aulas, praticamente todas em inglês, uma vez que a instituição recebe muitos estudantes de outros países. "Mas os professores eram bons, tinham paciência, explicavam tudo direitinho, e, no final, foi uma experiência muito boa. Eu recomendo porque, mesmo sendo difícil e com o choque de cultura, me ajudou bastante, eu mudei completamente a minha visão do mundo", enfatiza.

No mestrado, ela trabalhou no laboratório do IPB, o Centro de Investigação da Montanha, que é um dos laboratórios de referência em Portugal. "Pude trabalhar com grandes pesquisadores enquanto realizava a minha pesquisa, ver como a pesquisa é feita em Portugal. E o laboratório de lá é incrível", conta. "Eu fiz Química Industrial no Ifes e a minha dupla diplomação foi em Engenharia Química, além do mestrado na mesma área. Desde abril fui contratada como engenheira química em Portugal. Então, essa oportunidade foi uma virada de chave mesmo na minha vida, foi muito bom", comemora Lavínia.

Gabriela Lima Ramos Marinho, ex-aluna do Bacharelado em Química Industrial do Campus Vila Velha, também obteve a dupla diplomação no IPB. Ela já havia feito a mobilidade acadêmica na instituição em 2019 e depois retornou para a obter a dupla diplomação. "Toda essa experiência foi muito importante para o meu crescimento profissional, pois eu pude ver como eu estava preparada. E todo o conhecimento do Ifes me ajudou muito! Quando a gente vai estudar na Europa, pensa que vai passar por dificuldade, que lá é melhor, é mais difícil. Era difícil, sim, mas o Ifes me preparou para enfrentar aquilo, eu tinha conhecimento para entender. Eu estava muito bem preparada, muitas coisas que eu vi lá, eu já tinha aprendido. E, ao final, foi uma troca muito grande, porque uma instituição complementou a outra", contou.

Assim como Lavínia, ela estudou por dois anos no IPB e obteve o diploma do Bacharelado em Química Industrial do Ifes, a licenciatura de Engenharia Química, que corresponde ao Bacharelado de Engenharia Química no Brasil, e também o mestrado em Engenharia Química, ambos do IPB. "Hoje eu me sinto como uma profissional completa. O fato de eu ter tido o mestrado e ter feito essas graduações é um diferencial muito grande E eu acredito que, no Brasil, a experiência também seria muito bem reconhecida, muito bem vista. Essa é uma oportunidade que todo mundo deveria ter, ter uma experiência fora e ver com outras perspectivas", afirma. Atualmente, Gabriela está na Irlanda estudando inglês, com o objetivo de aprimorar o conhecimento no idioma."Virando o ano, eu vou começar a aplicar para vagas e já tenho muitas oportunidades esperando", destaca.

Daniele Dias Sales faz parte das estudantes do Ifes que concluíram a dupla diplomação no IPB. Ela está otimista para ingressar no mercado de trabalho após terminar os estudos. “Foram dois anos bem difíceis, mas que foi uma escolha, tive que trabalhar e estudar, lidar com cultura diferente, com outra língua, pois as aulas eram todas em inglês. Enfim, tive várias dificuldades, mas passei por elas firme e forte, e este ano finalizei esse ciclo”, afirma. “Foi um crescimento acadêmico e pessoal muito grande que, com certeza, mudou completamente a pessoa e profissional que sou hoje, uma profissional da área de química completa”, conclui.