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Primeira cultivar de gengibre no Brasil é registrada no Espírito Santo

Publicado: Sexta, 14 de Junho de 2024, 16h09 | Última atualização em Terça, 18 de Junho de 2024, 14h57

Certificado de registro é fruto de pesquisa do Ifes em parceria com um produtor rural de Santa Leopoldina.

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Parceria foi realizada em propriedade rural de Santa Leopoldina. Foto: FortAC - Campus de Alegre

O primeiro Registro de Proteção de Cultivar (RPC) de gengibre no Brasil é do Espírito Santo e foi obtido a partir de pesquisas lideradas pelo projeto Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em parceria com um produtor município de Santa Leopoldina-ES. Trata-se da variedade Imigrante, que possui uma planta mais alta e rizomas mais desenvolvidos do que os produtos que são geralmente comercializados atualmente.

Vale lembrar que o Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do país e a expectativa este ano é que a produção chegue a 84 mil toneladas. No entanto, a caracterização da planta nunca havia sido feita no Brasil. Isso até a último dia 6 de junho, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) emitiu o certificado, com os dados que foram objeto de uma pesquisa realizada com financiamento do projeto FortAC e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

O Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA é responsável por habilitar novas cultivares para a produção, beneficiamento e comercialização de sementes e mudas, garantindo confiabilidade e segurança ao adquirir material de propagação.

A professora do Campus de Alegre do Ifes, Ana Paula Candido Gabriel Berilli, que coordena a pesquisa “Melhoramento participativo em gengibre visando aspectos produtivos e de resistência a doença” pelo FortAC, disse que o gengibre não é cultura nativa do Brasil e que foi introduzido por aqui. Ela explica que não havia sequer descritores no MAPA para que fosse registrado.

Parcerias possibilitaram o registro

Para viabilizar o registro, um conjunto de esforços foi mobilizado, com a participação de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia (PPGA) do Campus de Alegre, de outros pesquisadores do FortAC, além de pesquisadores e extensionistas dos campi do Ifes de Santa Teresa, Itapina e do Incaper, que criaram os descritores e fizeram avaliação de campo relacionada a produtividade e a qualidade dos rizomas, por meio de marcadores moleculares e estudos genéticos para garantir com mais veracidade a variabilidade genética desses materiais.

Essa parceria foi feita com o produtor Alexandre Lemke Belz, de Santa Leopoldina, que vinha mantendo sua própria seleção genética das plantas de sua produção. “No entanto, apesar de possuir os saberes práticos, essa seleção estava sendo feita sem o rigor científico necessário”, analisou a pesquisadora.

“O diferencial é que essa cultivar é bastante produtiva com planta mais alta, e apresenta rizomas bem grandes, bem desenvolvidos. Se diferencia dos produtos que vem sendo comercializados no Espírito Santo. Se o Estado já é considerado o maior produtor de gengibre nacionalmente, agora, com esse material que tem mais qualidade, a gente espera aumentar a produtividade das lavouras capixabas, dando maior ênfase à capacidade produtiva do Estado”, comemorou Ana Paula.

Além da parceria na pesquisa, ações foram realizadas com colaborações institucionais entre Ifes, agricultores familiares, a Cooperativa de Gengibre (Coopginger), o Incaper e a Secretaria Municipal de Agricultura de Santa Leopoldina.

Fortac gengibre2

Pesquisa aplicada e extensão tecnológica em ações por todo o ES

O projeto Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC) nasceu de um diagnóstico elaborado em 2021 pelo Ifes com as cadeias produtivas do setor agrícola capixaba, quando foram identificadas demandas consideradas como principais entraves para o desenvolvimento do setor.

Simultaneamente, uma ação institucional de obtenção de recursos para viabilização das atividades foi desenvolvida pelo Ifes junto à bancada federal do Espírito Santo no Congresso Nacional e uma emenda parlamentar da bancada capixaba à Lei de Diretrizes Orçamentárias foi indicada pelo então deputado federal Felipe Rigoni, com objetivo de construção de um projeto com foco na pesquisa das cadeias produtivas capixabas.

Hoje o projeto conta com 22 projetos baseados em demandas de produtores, envolvendo 20 professores (pesquisadores e extensionistas) e 60 alunos bolsistas. A iniciativa conta com o envolvimento de 11 campi do Ifes, atuando em 12 atividades prioritárias para o desenvolvimento do Espírito Santo, sendo 10 culturas agrícolas (abacate, abacaxi, banana prata, cacau, gengibre, mandioca, morango, pimenta-do-reino, pimenta-rosa e plátano maranhão), o artesanato de conchas e a extração da jazida capixaba de sal gema. Uma equipe de outros 5 profissionais administrativos é responsável pelas tarefas de gestão estratégica do projeto. Ao todo, serão investidos R$ 4,5 milhões.


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