Mesa-redonda discute inovação na educação a partir da reorganização dos currículos
Debate propôs atividades mais integradas com a sociedade e que tenham os alunos como protagonistas.
O segundo dia do Conexões Ifes começou com uma mesa-redonda para debater os desafios de inovar a educação a partir da reorganização dos currículos e das práticas formativas e propôs atividades mais integradas com a sociedade e que tenham os alunos como protagonistas. O Conexões Ifes acontece no Sesc Praia Formosa, em Aracruz, e prossegue até esta sexta-feira (21), contando ainda com uma vasta programação.
Na mesa-redonda, mediada pela diretora-geral do Campus do Venda Nova do Imigrante, Maíra Maciel Mattos de Oliveira, participaram o professor da Universidade de Brasília (UNB), Bernardo Kipnis; a diretora de Pós-Graduação do Ifes, Danielle Piontkovsky; e o professor do Campus Serra, Paulo Sérgio dos Santos Júnior.
O professor Bernardo Kipnis destacou que, devido às mudanças pelas quais a sociedade vem passando, a necessidade é, mais do que se reorganizar, é se reinventar. “A gente fala muito em inovação, mas até que ponto estamos abertos para alcançá-la?”, provocou. Kipnis propôs a hipótese de ciclo virtuoso no qual a inovação pedagógica, o ambiente flexível e o aprendizado levam à efetividade, com inovações possíveis através de aprendizagens por projeto, adaptativa e em rede, considerando o contexto atual e o futuro da formação profissional.
Para Danielle Piontkovsky, somente a partir da reorganização dos currículos é que vamos inovar na educação. “Quando a gente fala em inovação, remetemos a coisas muito extraordinárias, mas não é bem isso. Ampliando as coisas que a gente faz, já estamos inovando”. No entanto, segundo ela, não há possibilidade de reorganização dos currículos e das práticas formativas sem o entendimento dessas relações, saberes e movimentos. “Não há possibilidade de integração curricular sem existência desses debates, das práticas advindas deles e de processos coletivos”, destacou.
E concluiu: “Há de se apostar no poder transformador de uma educação politicamente orientada, que reconheça seus limites, mas que não se deixe paralisar diante deles. Uma aposta que vai ao encontro da transformação das práticas educacionais, afinal, trabalhamos pela criação de um mundo mais inclusivo e emancipatório onde caibam todos e todas, onde se estabeleçam relações mais éticas e libertárias, comprometidas com a invenção de uma vida bonita”.
Já o professor Paulo Sérgio destacou a importância do aluno ser o protagonista do seu aprendizado e trouxe um exemplo prático aplicado a partir de uma especialização técnica no modelo LEDS, na área de tecnologia da informação, baseada 100% em projetos e clientes reais, com metodologia de ensino baseado em projeto prático e no qual os professores buscam potencializar as habilidades de cada aluno e misturando pessoas de diferentes idades e experiências. O projeto foi considerado um sucesso e está em sua segunda edição em andamento.
“Criamos um modelo mais libertador. Todo mundo tem algo para ensinar, todo mundo tem algo para aprender. Podemos ensinar a qualquer hora e em qualquer lugar”, destacou. A mesa, interativa, foi aberta a perguntas ao final. O Conexões Ifes prossegue até esta sexta-feira (21), com novas mesas-redondas e palestras.
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