Conceitos e valores da diversidade são apresentados em palestra do Conexão Ifes
"Precisamos reeducar nossa mente para deixar as pessoas serem o que elas são", afirmou Melissa Cassimiro.
Conceitos importantes da diversidade com foco em grupos minorizados nas relações de gênero, raça, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e gerações foram tratados na tarde desta quinta-feira (20) durante o Conexões Ifes, que prossegue até esta sexta-feira (21) no Sesc Praia Formosa, em Aracruz. O tema foi abordado em palestra da consultora sênior de diversidade e inclusão do Instituto Mais Diversidade, Melissa Cassimiro, que destacou a importância de empresas, instituições e indivíduos serem parceiros no processo de inclusão.
De forma ampla, Melissa destacou a diferença dos conceitos de igualdade e equidade. “Todos somos iguais perante a lei. Mas todos nascem no mesmo hospital? Têm os mesmos acessos ao sistema de saúde? As mães têm o mesmo acompanhamento no pré-natal? Não! A igualdade precisa ser perseguida, mas não necessariamente é o que temos hoje. São coisas distintas. A igualdade tem como princípio promover as mesmas oportunidades para todas as pessoas, sem observar suas necessidades e particularidades. Já a equidade reconhece que, no plano real, não somos todos iguais, haja vista que nem todos iniciamos do mesmo ponto de partida”, enfatizou.
Diante da explicação, Melissa destacou que a discussão não se trata de culpa, mas de responsabilidade. “Ninguém tem culpa de seus privilégios. Ninguém é culpado por ter ido para a Disney enquanto a maioria da população, não. Mas é preciso reconhecer esses privilégios e ser um aliado. Ainda que você não acredite em nada a respeito da inclusão, é necessário observar as regras de compliance das instituições, que estão cada vez mais voltadas para esta temática, e deixar sua opinião da porta para fora da instituição que representa. É notório que empresas inclusivas e diversas têm mais resultados em inovação e possuem capacidade de produzirem mais, então há essa preocupação das instituições”, disparou.
A consultora sênior ainda destacou que atitudes racistas ou preconceituosas de forma geral não estão apenas em gestos de xingamento ou violência. “Errar pronomes, não oferecer condições de acessibilidade que as pessoas precisam, ou desconsiderar a banca de heteroidentificação no sistema de cotas são formas que devem ser evitadas todos os dias”, explicou.
Melissa ressaltou que para 89% dos profissionais, a segurança psicológica é fundamental no trabalho (segundo pesquisa McKinsey, 2020), importando muito mais do que salário. “A segurança psicológica é a necessidade de se sentir pertencente, de fazer parte daquele grupo. A pessoa perde produtividade por não ter proteção de ser quem ela é de fato em seu ambiente de trabalho”.
Por fim, após explicar os conceitos relativos a cada grupo minorizado, Melissa destacou que, ainda que a pessoa não se identifique com nenhum grupo, é necessário ser um aliado. “Você pode conhecer alguém que é desse grupo. Temos mania de colocar as pessoas em caixinhas que temos em nosso cérebro, mas precisamos reeducar nossa mente para deixar as pessoas serem o que elas são. O cérebro vai ter que trabalhar um pouco mais. É necessário assumir posição de humildade para sempre aprender, manifestar seu desconforto com ‘piadas’ e atitudes preconceituosas, além de buscar agir em espaços que sejam inclusivos”, concluiu.
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