Palestra do Conexões traz técnicas para uma comunicação não violenta
Fala da jornalista Tatiane Braga encerrou a programação do evento.
As técnicas para buscar uma comunicação não violenta e, por consequência, melhorar nossas relações e resultados em casa, no ambiente de trabalho e no trato social foram tratadas na palestra de encerramento do Conexões Ifes, realizada na manhã desta sexta-feira (21) e apresentada pela jornalista e mestre em sociologia, Tatiane Braga. O evento, com o tema “Educar, Incluir, Inovar", teve início na última quarta-feira (19) e reuniu mais de 600 servidores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
Em sua palestra, Tatiane destacou que a comunicação é a ferramenta para alimentar nossas relações todos os dias. “Vocês são líderes e liderança é relacionar. Foi-se o tempo de ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’. Ainda tem isso, mas estamos passando por essa mudança. Quem está lidando com as novas gerações sabe que eles não aceitam mais esse modelo antigo”, destacou a jornalista e mestre em Sociologia.
Tatiane lembrou que passamos por muitas situações com ruídos de comunicação porque a gente não planeja a nossa fala. “Comunicação é emoção que gera conexão. O simples pensar vai trazer muitos resultados para a gente. Temos mais facilidade em lidar com quem pensa como a gente, mas conviver com a diferença pode ser o que vai nos enriquecer. Saber lidar com a diferença é muito importante, até para a gente talvez mudar o jeito de ser. A gente muda ao longo da vida, vocês mudam os alunos que passam por vocês”, falou, dirigindo-se à plateia.
A jornalista destacou que as pessoas têm necessidades básicas fisiológicas (como comida, descanso), segurança (dinheiro, abrigo), social (família, amigos), estima (autoconfiança, respeito) e realização pessoal, na ordem hierárquica da chamada pirâmide de Maslow. “Quando a pessoa tem medo de perder uma dessas necessidades básicas, como o emprego, por exemplo, e você vai fazer qualquer crítica ao seu trabalho, ela age reativamente. Pois está se sentindo ameaçada em uma necessidade básica. Então, antes de falarmos, precisamos nos conectar sobre como o outro pode receber nossa mensagem, pensar em criar espaços de diálogo, não de batalha. Nossa comunicação está relacionada às nossas necessidades básicas”, explicou.
Entre as técnicas para realizar a comunicação não violenta, está não colocar rótulos nas pessoas. “Se uma pessoa nos parece chata, talvez ela não seja chata o tempo todo. Precisamos ver além do rótulo, dar espaço para uma relação saudável com essa pessoa. Nós temos padrões que a gente estabelece em nossas mentes, mas eles não precisam ser eternos. Começar a praticar a empatia faz toda a diferença, entender a dor que o outro está sentindo, saber o que é importante para ele, falar a partir do que importa para ele”.
E continuou: "Às vezes ficamos discutindo com as pessoas muito na base do ego, impondo a nossa decisão, mas a gente precisa considerar o outro. Quando o outro sente que ele está sendo considerado, que a opinião dele é importante para você, ele se abre. Mas se ele se sente desconsiderado, entra no modo de defesa. Vamos dialogar pensando no que é importante para o outro, assim será mais fácil convencê-lo do que a gente quer”.
Tatiane citou quatro passos para uma comunicação não violenta: observação, sentimentos, necessidade e pedido. Antes de falar, eliminar os julgamentos, cuidar dos fatos e não das nossas interpretações, entender o outro. No segundo passo, buscar refletir sobre os sentimentos que aquela situação nos traz. Então, partimos para a necessidade e, finalmente, fazermos o pedido, em vez de dar ordens. “Dar a possibilidade da pessoa dizer não, faz ela se sentir considerada, ela não entra no modo de defesa. Façam mais pedidos, em vez de ordens”, aconselhou.
Uma boa tática é pensar que está sendo filmado e usar o modo “REC”: Respirar, Escutar e Comunicar – nessa ordem. “É pensar, internamente, escutar o outro e então partir para a nossa comunicação”, detalha a jornalista.
Logo após a palestra, o público pôde conferir a belíssima apresentação dos corais ReEncanto e Cameria, regidos pelo maestro Heraldo Filho Auditório, encerrando a programação do Conexões Ifes 2024, que contou com três dias de palestras, mesas-redondas, momentos de confraternização, autocuidado e cultura para os servidores do Ifes.
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